Cronologia dos efeitos do jejum intermitente: como o corpo responde a cada fase

Desde a queima de gordura até a regeneração celular: veja o que acontece no seu corpo durante o jejum intermitente.

JEJUM

Gustavo Carvalho

10/19/20245 min read

Muitas pessoas que adotam o jejum intermitente se perguntam quanto tempo é necessário para usufruir de seus benefícios. A resposta varia, pois os efeitos não ocorrem de forma uniforme. À medida que as horas de jejum avançam, diferentes processos fisiológicos são ativados, trazendo benefícios para a saúde metabólica e longevidade. Compreender a cronologia dos efeitos pode ajudá-lo a alinhar o jejum com seus objetivos e maximizar os resultados.

Como o corpo responde ao jejum ao longo do tempo

O jejum intermitente é popular por seus efeitos na perda de peso e na saúde metabólica, mas cada estágio do jejum desencadeia mudanças específicas no corpo. Desde o uso inicial de glicose até a ativação da autofagia e a regeneração celular, vamos entender como o corpo se comporta durante as diferentes durações de jejum.

Primeiras 4-8 horas: uso de energia dos alimentos

Nas primeiras horas após a refeição, o corpo utiliza a glicose proveniente dos carboidratos ingeridos. Durante esse período, ainda não estamos tecnicamente "em jejum", pois o corpo está processando os nutrientes da última refeição para realizar suas funções diárias.

8-12 horas: depleção do glicogênio

Após cerca de 8 a 12 horas sem comer, o corpo começa a esgotar suas reservas de glicogênio armazenadas no fígado e nos músculos. Esse é o ponto em que o jejum começa a afetar o metabolismo de forma mais profunda, sinalizando a transição para outras fontes de energia.

12-16 horas: transição para a queima de gordura

Entre 12 e 16 horas de jejum, o corpo começa a queimar gordura como principal fonte de energia. Isso ocorre à medida que o glicogênio se esgota, levando o corpo a mobilizar os ácidos graxos do tecido adiposo para produzir energia.

16-24 horas: autofagia inicial e cetose

Por volta das 16 horas, o corpo entra em cetose e começa a produzir corpos cetônicos, que servem como uma fonte de energia alternativa para o cérebro e outros órgãos. Além disso, inicia-se o processo de autofagia, que é fundamental para a renovação celular e a longevidade.

24-36 horas: aumento da sensibilidade à insulina

Após 24 horas de jejum, o corpo melhora sua sensibilidade à insulina, tornando as células mais eficientes em absorver glicose do sangue. Isso é benéfico para a regulação dos níveis de açúcar no sangue e para prevenir condições como resistência à insulina e diabetes tipo 2.

36-48 horas: intensificação da autofagia

Entre 36 e 48 horas, o corpo intensifica o processo de autofagia, removendo células defeituosas e danificadas de maneira mais eficaz. Esse processo contribui para uma reparação celular profunda e melhora a preservação da massa muscular, utilizando a gordura como principal fonte de energia.

48-72 horas: aumento do hormônio do crescimento (HGH)

Após 48 horas, o corpo aumenta significativamente a produção de hormônio do crescimento (HGH), que preserva a massa muscular e promove a regeneração celular. Esse aumento de HGH também favorece a queima de gordura e melhora a resistência física.

Mais de 72 horas: regeneração do sistema imunológico

Após 72 horas, o corpo começa a regenerar o sistema imunológico, promovendo a produção de novas células imunológicas e substituindo as antigas. Esse processo é particularmente benéfico para pessoas que enfrentam condições de baixa imunidade ou tratamentos que afetam o sistema imunológico, como a quimioterapia.

Perigos potenciais do jejum prolongado

Embora o jejum prolongado ofereça vários benefícios, jejuns superiores a 72 horas podem trazer riscos, como desnutrição, perda de massa muscular e desequilíbrios eletrolíticos. Por isso, é fundamental realizar jejuns longos com supervisão médica.

Benefícios cognitivos do jejum em diferentes durações

A partir de 16 horas de jejum, muitas pessoas relatam melhora na clareza mental e no foco. Isso se deve ao uso de corpos cetônicos como fonte de energia pelo cérebro, o que promove uma maior neuroplasticidade e pode ajudar na prevenção de doenças neurodegenerativas.

Quando finalizar o jejum: melhores durações para diferentes objetivos

A duração ideal do jejum depende dos seus objetivos. Para perda de peso e benefícios metabólicos, jejuns de 16 a 24 horas são suficientes. Para regeneração celular e melhora imunológica, jejuns mais longos de até 72 horas podem ser benéficos, mas devem ser feitos com cautela.

Refeições pós-jejum: como reintroduzir alimentos corretamente

Após um jejum prolongado, é essencial reintroduzir alimentos gradualmente. Refeições leves e nutritivas, como sopas, vegetais cozidos e proteínas, ajudam o corpo a retomar a alimentação de forma equilibrada, evitando picos glicêmicos e sobrecarga digestiva.

Jejum intermitente como ferramenta de saúde

O jejum intermitente oferece uma ampla gama de benefícios, desde a regulação dos níveis de insulina até a regeneração celular e melhora cognitiva. Compreender a cronologia dos efeitos do jejum permite personalizar sua prática e maximizar os resultados. No entanto, é importante lembrar que jejuns prolongados exigem cautela e, em muitos casos, supervisão médica.

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Perguntas frequentes
  1. Quanto tempo devo jejuar para começar a queimar gordura?
    A queima de gordura começa entre 12 e 16 horas de jejum, quando o corpo esgota as reservas de glicogênio.

  2. O que é autofagia e por que é importante?
    A autofagia é o processo em que o corpo remove células danificadas, promovendo a regeneração celular. Ela é fundamental para a manutenção da saúde e prevenção de doenças.

  3. É seguro jejuar por mais de 72 horas?
    Jejuns superiores a 72 horas podem trazer benefícios, mas também riscos, como desnutrição e perda muscular. Realize sempre com orientação médica.

  4. Quando devo encerrar meu jejum intermitente?
    Depende dos seus objetivos. Para perda de peso, jejuns de 16 a 24 horas são adequados. Para regeneração celular, jejuns de até 72 horas podem ser úteis, desde que feitos com cautela.

  5. O que devo comer depois de um jejum prolongado?
    Comece com refeições leves, como sopas, saladas e proteínas, para evitar sobrecarregar o sistema digestivo.

Referências bibliográficas

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