Maximize seus ganhos musculares: como ajustar o treino durante o jejum intermitente

Descubra como treinar no jejum intermitente para aumentar a massa muscular sem comprometer seus resultados

JEJUM

Gustavo Carvalho

10/19/20246 min read

Aumentar a massa muscular enquanto se pratica jejum intermitente pode parecer um desafio, mas, com os ajustes certos, é possível atingir excelentes resultados. O jejum, que alterna períodos de abstinência alimentar com janelas de refeição, traz muitos benefícios para a saúde e composição corporal. Entretanto, ele também gera questionamentos sobre como manter ou aumentar a hipertrofia muscular durante essa prática.

A boa notícia é que, com uma abordagem estratégica em relação ao treinamento e à alimentação, é totalmente possível continuar ganhando massa magra enquanto se pratica jejum intermitente. Vamos explorar as melhores estratégias para ajustar seu treino e otimizar seus ganhos.

Entendendo a relação entre jejum e hipertrofia

O jejum intermitente altera o ciclo natural de ingestão de nutrientes, impactando diretamente os processos anabólicos (construção muscular) e catabólicos (quebra de tecido muscular). Para ganhar massa muscular, o corpo precisa estar em um estado anabólico, o que depende da ingestão adequada de proteínas e calorias. Durante o jejum, o corpo entra em um estado catabólico, no qual pode ocorrer a degradação muscular, especialmente se a alimentação não for planejada corretamente.

Manter um equilíbrio entre o treino, o consumo de proteínas e o planejamento das refeições dentro da janela alimentar é crucial para que o corpo tenha os recursos necessários para crescer músculos e evitar o catabolismo.

Ajustando o timing do treino para maximizar os ganhos musculares

Uma das decisões mais importantes para quem pratica jejum intermitente é definir o melhor horário para treinar. Existem duas abordagens principais: treinar em jejum ou após a refeição.

  • Treinar em jejum pode ser útil para aumentar a sensibilidade à insulina e estimular a queima de gordura. No entanto, essa prática pode não ser ideal para quem busca hipertrofia, especialmente em treinos de alta intensidade.

  • Treinar após a refeição oferece mais energia e nutrientes disponíveis no corpo, facilitando a síntese proteica e promovendo a recuperação muscular. O ideal é programar o treino dentro da janela de alimentação ou logo após a primeira refeição, garantindo que o corpo tenha o combustível necessário para otimizar o desempenho e recuperação.

A importância da ingestão de proteínas adequada

A proteína é o pilar da construção muscular, e isso se torna ainda mais crucial quando o tempo para consumir alimentos é limitado pela janela alimentar. Para garantir a hipertrofia, é recomendado consumir entre 1,6 e 2,2 gramas de proteína por quilo de peso corporal diariamente. O ideal é distribuir esse consumo em 2 a 3 refeições, assegurando um fornecimento constante de aminoácidos ao longo do dia.

Aqui estão alguns exemplos de fontes de proteínas de origem animal que podem ser incluídas nas refeições:

  • Ovos: ricos em proteínas de alta qualidade e gordura saudável, com um excelente perfil de aminoácidos.

  • Frango: especialmente em cortes variados, uma ótima fonte de proteínas para o crescimento muscular.

  • Carne bovina: cortes como picanha, contrafilé e alcatra, que oferecem boas quantidades de proteínas, além de gorduras saudáveis.

  • Peixes: como salmão, atum e sardinha, que fornecem proteínas e ácidos graxos ômega-3 essenciais.

  • Queijos: como cheddar, parmesão e gouda, fontes ricas de proteínas e gordura.

  • Iogurte grego: uma opção prática e rica em proteínas, excelente para incluir em refeições ou lanches.

Treinos de alta intensidade: o aliado da hipertrofia no jejum

Treinos de alta intensidade, como a musculação e o HIIT (High-Intensity Interval Training), são altamente eficazes para promover hipertrofia durante o jejum intermitente. Esses exercícios estimulam a produção de hormônios anabólicos, como testosterona e hormônio do crescimento, essenciais para a construção muscular.

Ao combinar esses treinos com cargas progressivas (aumento gradual da carga), você continuará a desafiar seus músculos e estimular o crescimento, mesmo nos períodos de jejum. Evite o overtraining e garanta descanso suficiente para a recuperação muscular.

Manipulando o volume e a frequência de treino no jejum

Outro aspecto fundamental é ajustar o volume e a frequência dos treinos. O volume refere-se à quantidade total de trabalho (séries, repetições e intensidade), enquanto a frequência indica quantas vezes você treina cada grupo muscular por semana.

Durante o jejum, se a recuperação for prejudicada, pode ser necessário reduzir o volume de treino. Aumentar a intensidade (mais peso e menos repetições) e diminuir o volume (menos séries e exercícios) pode ser uma abordagem mais eficaz. Treinar os grupos musculares duas vezes por semana, com 48 a 72 horas de descanso entre as sessões, mantém o estímulo anabólico sem sobrecarregar o corpo.

Uso de estratégias de treino periodizado no jejum intermitente

A periodização é uma técnica que envolve variações no treino ao longo de semanas ou meses para maximizar os ganhos musculares. Para quem pratica jejum intermitente, a periodização é essencial para ajustar os ciclos de treino conforme a ingestão calórica.

Por exemplo, em semanas de maior ingestão calórica, aumente a intensidade e o volume dos treinos. Nas semanas de ingestão calórica reduzida, foque na recuperação e diminua a carga dos treinos, priorizando a manutenção muscular.

Como evitar a perda muscular durante o jejum

O maior temor de quem treina no jejum intermitente é a perda de massa muscular. No entanto, com as estratégias corretas, essa perda pode ser minimizada. Priorize o treinamento de força para evitar a atrofia muscular.

Além disso, assegure-se de consumir proteínas de alta qualidade e aminoácidos essenciais, como os BCAAs, durante a janela alimentar. Se o treino for realizado em jejum, o uso de BCAAs antes da sessão pode fornecer os aminoácidos necessários para proteger os músculos.

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Perguntas frequentes (FAQs)
  1. Posso treinar em jejum sem perder músculo?
    Sim, desde que o treino seja ajustado e a ingestão de proteínas ocorra durante a janela de alimentação. Suplementar com BCAAs também pode ajudar a proteger a musculatura.

  2. Qual é a melhor hora para treinar no jejum intermitente?
    O ideal é treinar logo após sua primeira refeição na janela alimentar, garantindo energia suficiente e nutrientes para maximizar os ganhos musculares.

  3. Como evitar o catabolismo durante o jejum?
    Consuma proteínas suficientes na janela de alimentação, mantenha o treinamento de resistência regular e priorize a recuperação com descanso adequado.

  4. O que devo comer após o treino durante o jejum intermitente?
    Foque em proteínas de alta qualidade, como carnes magras, ovos e whey protein, juntamente com carboidratos complexos para otimizar a recuperação muscular.

  5. Treinar em jejum queima mais gordura?
    Sim, treinar em jejum pode aumentar a utilização de gordura como fonte de energia. No entanto, é importante garantir que isso não comprometa a recuperação e o ganho muscular.

Referências bibliográficas

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