Mudando hábitos: o impacto do jejum intermitente na relação com a comida

Aprenda como o jejum intermitente pode ser a chave para um estilo de vida mais equilibrado, ajudando a eliminar hábitos alimentares impulsivos e promovendo uma relação saudável com a comida.

JEJUM

Gustavo Carvalho

10/19/20246 min read

O comportamento alimentar está diretamente ligado à maneira como lidamos com a comida, às nossas emoções e aos sinais de fome e saciedade que o corpo nos envia. O jejum intermitente, além de ser uma estratégia eficaz para perda de peso e melhorias metabólicas, está se destacando como uma ferramenta que pode transformar a maneira como percebemos a alimentação e nossos hábitos alimentares. Muitas pessoas relatam que, ao praticar jejum intermitente, sua relação com a comida se torna mais equilibrada, ajudando a reduzir compulsão alimentar e promovendo uma maior consciência sobre o que, como e quando comer.

No entanto, é essencial reconhecer que, apesar dos benefícios, o jejum intermitente pode não ser adequado para todos. Pessoas com histórico de transtornos alimentares devem ter cautela e considerar o acompanhamento de um profissional de saúde antes de adotar essa prática.

Como o jejum intermitente altera os hábitos alimentares

Ao estabelecer períodos definidos para jejuar e comer, o jejum intermitente pode reorganizar os hábitos alimentares de forma significativa. A restrição de tempo para comer incentiva muitas pessoas a fazerem escolhas mais nutritivas e conscientes, priorizando qualidade ao invés de quantidade.

Além disso, ao seguir um protocolo de jejum, o corpo começa a se adaptar a um novo padrão, o que pode reduzir os episódios de beliscar entre as refeições. O jejum promove uma abordagem mais estruturada à alimentação, eliminando a tendência de comer em resposta a emoções como estresse ou ansiedade.

Outro aspecto importante é a redução da dependência emocional da comida. Para muitas pessoas, comer se torna uma resposta automática a emoções negativas. O jejum encoraja uma reflexão mais profunda sobre a necessidade real de comer em determinados momentos, permitindo que a comida seja encarada de forma mais racional e menos emocional.

Mudança na percepção da fome

O jejum intermitente também modifica a maneira como percebemos e respondemos à fome. Inicialmente, a sensação de fome pode ser mais intensa, mas, com o tempo, o corpo se ajusta e a fome se torna mais controlável. O jejum ensina o corpo a utilizar as reservas de gordura como fonte de energia, em vez de depender exclusivamente de refeições frequentes.

Esse processo melhora a autopercepção dos sinais de fome e saciedade, ajudando a diferenciar a fome física da fome emocional. Além disso, o jejum melhora a regulação de hormônios como a grelina e a leptina, resultando em um apetite mais estável ao longo do dia.

Uma relação mais saudável com a comida

O jejum intermitente pode ajudar a melhorar a relação emocional com a comida, especialmente em pessoas que associam alimentos a sentimentos de culpa ou ansiedade. A disciplina imposta pelo jejum promove um novo relacionamento com a alimentação, onde cada refeição é planejada e apreciada de forma consciente.

Essa mudança comportamental pode ser especialmente benéfica para quem deseja reeducar o corpo a comer quando há uma necessidade nutricional real, em vez de utilizar a comida como válvula de escape. Isso reduz episódios de compulsão alimentar e promove uma sensação de maior controle sobre a alimentação.

Riscos do jejum intermitente para pessoas com transtornos alimentares

Embora o jejum intermitente traga muitos benefícios, ele pode ser prejudicial para pessoas com transtornos alimentares, como anorexia, bulimia ou compulsão alimentar. A restrição de refeições pode intensificar comportamentos disfuncionais, levando à obsessão por controle alimentar ou ao desenvolvimento de episódios de compulsão.

O jejum pode alimentar um ciclo de restrição e compensação, aumentando a ansiedade em torno da alimentação. Por isso, o acompanhamento de um profissional é fundamental para garantir que o jejum seja seguro e não prejudique a saúde mental e física.

Sinais de que a relação com a comida pode estar comprometida

Identificar uma relação disfuncional com a comida é importante, especialmente ao considerar práticas como o jejum intermitente. Abaixo estão alguns sinais que indicam que a pessoa pode não ter uma relação saudável com a alimentação:

  • Preocupação excessiva com calorias e controle alimentar: Ficar constantemente obcecado com a quantidade de comida ingerida ou sentir culpa após comer.

  • Culpa ou vergonha após comer: Comer gera sentimentos de fracasso ou arrependimento, especialmente em relação a certos alimentos.

  • Uso de comida para lidar com emoções: Comer como resposta a estresse, ansiedade, tristeza ou tédio, ao invés de fome física.

  • Ciclos de restrição e compulsão: Alternar entre períodos de restrição extrema e episódios de comer compulsivamente.

  • Evitar situações sociais por medo de comer: Sentir-se desconfortável ou ansioso em eventos que envolvem comida, levando a evitá-los.

  • Ansiedade constante em torno das refeições: Ficar preocupado com o que e quando vai comer, sentindo que precisa de controle rígido sobre a alimentação.

Se você se identifica com alguns desses sinais, é importante buscar orientação profissional antes de adotar o jejum intermitente, para garantir que a prática não prejudique ainda mais a relação com a comida.

O jejum intermitente pode transformar sua relação com a comida

O jejum intermitente pode oferecer uma transformação positiva na forma como as pessoas lidam com a alimentação, criando novos hábitos alimentares e promovendo uma relação mais equilibrada com a comida. Ao ensinar o corpo a regular melhor a fome e a saciedade, o jejum intermitente pode ajudar a evitar a compulsão alimentar e a dependência emocional de alimentos, trazendo maior autocontrole e consciência para o ato de comer.

Entretanto, essa prática não é indicada para todos. Pessoas com histórico de transtornos alimentares, como anorexia ou bulimia, devem adotar o jejum intermitente com cautela e sempre sob orientação profissional, a fim de evitar complicações que possam agravar seu quadro clínico. A chave é encontrar um equilíbrio que promova uma alimentação consciente e saudável, sem prejudicar o bem-estar emocional.

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Perguntas frequentes
  1. O jejum intermitente pode melhorar minha relação com a comida?
    Sim, o jejum intermitente pode ajudar a regular melhor a fome e a saciedade, além de promover uma maior consciência alimentar. Muitas pessoas relatam que passam a fazer escolhas alimentares mais conscientes e saudáveis, melhorando a relação com a comida.

  2. O jejum intermitente pode ajudar a reduzir a compulsão alimentar?
    Em muitos casos, sim. Ao criar uma rotina alimentar mais estruturada, o jejum intermitente pode ajudar a reduzir episódios de compulsão e trazer mais controle sobre os impulsos alimentares. No entanto, para pessoas com histórico de transtornos alimentares, o jejum pode ser arriscado e deve ser adotado com cautela.

  3. Quem tem histórico de transtornos alimentares pode fazer jejum intermitente?
    Pessoas com transtornos alimentares devem ter cautela com o jejum intermitente, pois a prática pode agravar comportamentos restritivos ou compulsivos. É essencial buscar orientação de um profissional de saúde antes de adotar o jejum.

  4. O jejum intermitente pode mudar minha percepção da fome?
    Sim, o jejum intermitente pode ajudar a ajustar a percepção da fome, tornando-a mais controlada e menos frequente com o tempo. O corpo aprende a distinguir melhor entre fome física e fome emocional.

  5. O jejum intermitente pode causar distúrbios alimentares?
    Em pessoas predispostas, o jejum intermitente pode desencadear comportamentos alimentares desordenados, como compulsão ou restrição extrema. Por isso, é importante praticá-lo de forma consciente e, se necessário, com acompanhamento profissional.

Referências bibliográficas
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